Saúde

Solidariedade é a palavra de ordem quando o assunto é doação de sangue

Pâmela Rubin Matge

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Informações, campanhas, e, inclusive, todo o avanço da medicina não são suficientes sem uma iniciativa fundamental quando o assunto é doação de sangue: a solidariedade de quem doa. Um gesto simples que salva vidas.

Precisa-se de doadores de sangue

No dia 12 de fevereiro, o militar Alberto de Souza Junior, 30 anos, chegava pela oitava vez ao Hemocentro Regional de Santa Maria. Doador voluntário de sangue, desta vez, ele doou plaquetas.

Hemocentro de Santa Maria terá aplicativo para avisar doadores

Enquanto Souza fazia o procedimento, o telefone de Gislaine Teresinha Savian Machado, 54 anos, enfermeira do Hemocentro, tocava. No outro lado da linha, uma profissional do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) solicitava, com urgência, um bolsa de plaquetas para Maria Luiza Nunes Soares Sanhudo, 62 anos. Desde novembro, a aposentada que mora em Quaraí, fronteira oeste do Estado, foi diagnosticada com leucemia e vem a Santa Maria para realizar o tratamento. Como reação à quimioterapia, frequentemente, o percentual de plaquetas no organismo reduz, e ela necessita de reposição.

Na última terça-feira, Souza e Maria Luiza, que não se conhecem e, ao que tudo indica, nunca se cruzaram, foram conectados pelo sangue.

– O sangue dele, agora, está em mim. Eu não conheço o moço e mal tenho palavras para usar, só tenho a agradecer de todo coração. Como seria bom se todos tivessem essa boa ação de ir doar. Assim como eu, imagina quantas pessoas estão na fila, esperando por uma doação? – refletiu Maria.

Reação em cadeia: marido leva a mulher

Segundo Gislaine, o número de doadores de plaquetas é ainda menor do que doadores de sangue, já que os voluntários são submetidos a testes mais específicos, e o procedimento é mais demorado (a coleta dura cerca de 90 minutos). Além disso, há uma preocupação quanto à validade, pois as plaquetas têm vida útil de cinco dias, enquanto a do sangue é de 30 dias.

– Chego a atacar as pessoas na porta para serem voluntários. O Alberto foi um anjo que caiu do céu – relatava a enfermeira, momentos depois de receber a ligação do Husm.

Para o mililtar, o gesto não denota nenhum heroísmo, mas uma simples atitude que muitos poderiam repetir:

– Gosto de ajudar as pessoas de várias formas. A doação de sangue é mais uma. É o mínimo que posso fazer. Me sinto feliz e sei que estou fazendo o bem _ afirma o jovem.

E a atitude de Souza não para por aí. Foi ele quem influenciou sua mulher, a contadora Ana Paula Gracioli, 24 anos, a se tornar uma doadora regular. A poucos metros de onde ele doava plaquetas, Ana Paula fazia sua primeira doação de sangue.

– Foram apenas 15 minutos. Não custa nada. De agora em diante, sempre que eu puder, vou doar – afirmou a jovem.

Hemocentro passará a atender um sábado por mês

O Hemocentro Regional fornece sangue para 16 hospitais de Santa Maria e da região. A necessidade de doadores de sangue e de  plaquetas é constante, sobretudo do final de novembro até a segunda quinzena de março.

Neste período, acontece uma queda drástica nos estoques devido às férias. O número de doações contabiliza em torno de 900 por mês, cai cerca de 30% nessa época. Sangue do tipo O negativo é o mais difícil de ser coletado, por ser o mais raro. Contudo, Carla Coelho, coordenadora do Hemocentro, chama a atenção para uma situação incomum em fevereiro deste ano: o sangue O+ também está com os estoques em baixa.

Para ela, a sensibilização "

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